E.T

20:15

Por Andressa Rodrigues
Cheguei a conclusão de que sou estranha. Estranha por natureza, uma completa extraterrestre. Nada me completa, ninguém me entende. Tenho muitos amigos, pessoas que eu amo de verdade e mesmo assim estou sempre sozinha. Cheguei à conclusão de que sou realmente uma pessoa só, é muito fácil me esquecer. Aliás, eu sou quem esquece de mim com mais frequência. Ninguém capta minhas mensagens, falo uma língua completamente estranha, tenho expressões que não são deste mundo. Meu coração não trabalha como os outros. Costumo amar mais do que se espera, me magoar acima do suportável, perdoar até mesmo o imperdoável. Tenho uma sensibilidade acima do comum, mas visto uma casca grossa de quem nunca soube o que é amar. Eu queria ser assim: não saber o que é amor ou amizade de verdade. Sou tão verdadeira que tive de aprender a viver em uma mentira pra continuar zelando por aquilo que acredito.

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