Quando era menor, mamãe sempre me pediu pra não depositar tanta confiança nas pessoas, não por descrença, mas por saber que alguma hora ou outra, iria me decepcionar, afinal, ninguém é perfeito. Desde muito pequena, sempre fui  intensa e dramática demais nos meus relacionamentos, não amorosos, mas amigáveis. 

Normalmente era assim, fazia um amigo, vivíamos o tempo inteiro juntos, espalhava pra todos o quanto essa pessoa era incrível e logo depois, me decepcionava. Perdi e apanhei muito na vida com esse tipo de relação. Ficar doente, era a forma que meu corpo tinha de demonstrar o quanto estava sentindo por dentro. Como eu disse, intensa e dramática demais. 

Com o passar do tempo, tentei pesar e medir todas as pessoas que conhecia. Era trauma e medo de acontecer tudo de novo, sentir e viver again and again. As pessoas pensam que sou forte, mas não imaginam que aqui dentro, lá no fundo, bate um coraçãozinho cheio de sentimentos, cheio de amor, carinho e confiança a oferecer. Por não saberem, acabam machucando sem nem perceber. Ou percebendo, não sei. 

Lembro da primeira vez que contei a minha mãe sobre meus novos amigos da faculdade, ela alertou: "Não se entregue totalmente, você mais do que ninguém sabe o que é se decepcionar com as pessoas. Não quero te ver triste." E assim tentei agir. Falo delas com todo carinho do mundo, mas todas somos cientes que podemos nos decepcionar umas com as outras. É melhor assim. 

Eu não sei quando vou conseguir ligar o botão do "fod*-**" verdadeiramente. Eu não sei quando vou parar de me importar quando as pessoas que confio me magoam. Eu não sei quando vou conseguir amadurecer o suficiente pra saber que pessoas vão e vem na nossa vida. Eu não sei. 

Mas a passos curtos, venho tentando aprender a não me importar, a deixar seguir o rumo. Afinal, como uma pessoa me disse hoje: "A pessoa tem seu telefone. Seu endereço. Suas redes sociais. Não te procurou? Não é falta de tempo, e sim de interesse."